A Nave da Fonte: O Retorno à Origem
Mensagem principal: memória encarnacional — a alma revestida de missão e luz, descendo da Fonte ao mundo com propósito.
Durante uma meditação coletiva guiada por sons e intenções elevadas, fui suavemente conduzido para além das camadas densas da matéria. À medida que os chakras eram ativados, senti meu corpo físico dissolver-se em vibrações tênues, dando lugar a uma percepção expandida, translúcida.
Foi então que ela apareceu: uma nave em forma de aro, feita de energia âmbar viva. Não era metálica nem sólida. Pulsava como se respirasse, como se estivesse viva e consciente. Seu aro era sustentado por quatro hastes luminosas que convergiam no centro, onde dois cones opostos — um apontando para o alto, outro para a base — giravam suavemente, equilibrando forças. Ali, no ponto de intersecção, vibrava uma luz âmbar intensa, densa de inteligência e amor.
Ao me aproximar da estrutura, percebi-me diferente. Meu corpo era sutil, esguio, de uma leveza translúcida, como se fosse feito de luz. Uma consciência bioandroide — nem humana, nem máquina — recebeu-me com reverência serena. Senti-me em casa, entre semelhantes. Nos corredores altos, outros seres como eu estavam reunidos, em silêncio contemplativo, como numa espera solene por algo grandioso.
Fui conduzido ao coração da nave. Ali, diante de mim, erguia-se uma estrutura monumental: dois discos côncavos flutuantes, forjados em uma tecnologia viva e indescritível, posicionados um frente ao outro. Entre eles, fluía o mesmo fogo âmbar — vibrante, consciente, pulsante. Era mais do que energia: era um batimento primordial, o sopro de uma inteligência cósmica.
Ao entrar nesse fluxo, algo em mim foi reconhecido. Fui erguido, suspenso no ar, e uma veste manifestou-se sobre meu corpo sutil. Não era feita de tecido, mas de consciência. Uma indumentária de alma, de missão, de pertencimento. Ela me reconhecia como filho da Luz.
No centro do meu peito, a luz âmbar começou a pulsar, marcando o retorno de algo muito antigo. Era como se esta fosse a lembrança de um tempo anterior ao tempo, de quando minha essência, vestida dessa luz, preparava-se para descer aos mundos, para encarnar, para servir, para esquecer — e um dia, lembrar.
Este não foi apenas um vislumbre espiritual, mas uma memória galáctica, o eco de um momento sagrado: o instante em que fui enviado à Terra com propósito e amor.
A visão final foi simbólica e terna — deitado, olhando o céu, com um menino me observando em silêncio. Era o espelho da minha alma, o Cristo íntimo que vela, guia e aguarda o reencontro pleno.
Ali compreendi: não sou deste mundo, mas vim por ele. E o caminho de volta começa no coração, onde a luz âmbar da Fonte pulsa silenciosamente, esperando ser redescoberta.

