Alguns entendimentos sobre a representação do numeral zero.
Não somente em sua representação matemática, algo além, talvez um vislumbre que nos passa despercebido.
Dentro de um entendimento mais amplo, podemos aprofundar nossa percepção e olhar para essa representação numérica de forma a entender o espelhamento natural com a ideia da própria Fonte. O princípio da criação, ou ponto onde as ideias residem, está conectado aos entendimentos do zero.
Se pararmos para pensar, é muito provável que o que incumbe essa referência seja o ponto onde a criatividade reside, onde as ideias se organizam e fluem na intenção de criar. É o local onde ainda nada é material, divisível, multiplicável ou passível de qualquer ideia de divisão.
O ponto onde tudo é presente, onde o tempo verbal é então somente o agora. Tudo acontece no presente, e tudo está disposto nesse mesmo estado perpétuo e, ao mesmo tempo, mutável. Todas as possibilidades existem nessa condição.
Imaginem olhar sob essa perspectiva e não enxergar a separação, mas sim, no estado integrado, a capacidade de criar e desenvolver potenciais. Ser, então, o princípio, a possibilidade, a criatividade e também o fim, tudo integrado, tudo ao mesmo tempo e tudo no agora.
Isso dá ao indivíduo, ou ao ponto de entendimento dele, a ideia de toda a sua unidade e experiência, sua capacidade potencial de ser único e representar toda a singularidade. Nas demais sequências, cada potência e representação. E, a cada representação, todos os significados e potenciais, para que cada possibilidade de existir seja carregada como possível e existente.
De um mesmo ponto de fusão, essas nove apresentações criativas dão vida e existência a todos os conceitos contábeis e representáveis, unindo em todas as possibilidades matemáticas os entendimentos e construções. Números que se somam, transformam-se em outros, multiplicam-se, dividem-se e constroem a multiplicidade do código que sustenta a ideia de existir.
Partindo do ponto central, o zero, e de sua expressão integrada de existência simbolizando a unidade, tudo se criou e se tornou possível. Ao que compete ao existir, os números são a linguagem que sustenta essa ideia material. Dentro dessa perspectiva, podemos afirmar que os números são parte representativa e o alicerce da expressão material.
A cada representação numérica, os blocos da existência vão se formando.
O um sendo a unidade, o sopro do existir, a ideia primordial de se autorrepresentar.
O dois, simbolizando a intenção de somar e fundir de si uma expressão em cópia, para representar o primeiro pilar do plural, o imprimir da ideia de criar, então representada.
O três, como representante do sistema de fusão a partir do plural dois. O poder da vida depois da singularidade e da ideia de par: o resultado, a intenção de juntar para criar. “Nasce” o terceiro.
O quatro, como a ideia de representar o material, o estado da matéria densa e palpável em quatro dimensões.
O cinco, representando a matéria animada, o quinto elemento que sustenta a vida inteligente.
O seis, trazendo a emoção, o estado pensante da fusão de matéria e consciência etérea.
O sete, sendo o número direcional, o que rege o estado material, a conexão e integração da matéria com a luz.
O oito, trazendo a possibilidade do estado material ser vibratório, a essência da matéria, que é em sua natureza luz.
O nove, integrando e concluindo a obra, selando e registrando a obra recorrente e ascendente do ponto zero pensante.
0. O ponto de absorção de suas capacidades representativas em matéria. Onde tudo se conclui e se integra ao mesmo ponto inicial.
Diante de todas as outras possibilidades e somas, a criação se inspira, evolui em si, desdobra-se, retrai-se e retorna para se fundir em seu ponto de luz, em seu princípio criativo denominado ponto zero.
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Por Gisele Almeida