Estelares,
Essa noite eu me vi caminhando em cima do que parecia ser uma grande plataforma, mas quando olhei mais de perto, vi que se tratava de uma estrutura mineral. Abaixei-me e, ao observar com mais atenção, percebi que era realmente algum tipo de minério, e mais... estava repleto de "escritos".
Fiquei abaixada, limpando o pó com as mãos e passando os dedos nas lacunas que formavam as escritas. Notei um padrão que parecia estar na vertical, mas cada "desenho" era imenso. Fui percebendo que aquilo só poderia ser compreendido a partir de uma visão de cima ou por um ser muito grande em tamanho.
Minha mente tentou entender o propósito daquilo, e comecei a perceber que era algo criado por uma entidade de proporções gigantescas, assim como a própria estrutura. O mineral era verde, e ao limpá-lo com as mãos em pequenas partes (eu estava com fisicalidade humana), a cor verde se mostrava clara.
Então, sentei-me ali, tentando entender o que eu estava fazendo naquele lugar, ou ao menos como havia chegado até ali. Pensamentos tomaram conta da minha mente, mas estavam dispersos, sem muita conexão. Senti-me cansada e deitei. Uma sensação de letargia tomou conta de mim, e comecei a relaxar meu corpo, soltando toda aquela pressão.
Sinais de energia começaram a passar pelo meu corpo, e me vi em um estado alterado de consciência. Senti-me sem peso corporal, sem sensações físicas, sem a pressão de entender ou de querer estar em algum lugar. Era o "nada", com uma sensação de conforto.
Isso durou por algum tempo, até que me percebi como um pensamento, em um estado etéreo consciente, e tomei ciência de que poderia gerar movimento. Notei que tinha pensamentos, e que, ao pensar, eles se montavam nos "desenhos" que eu havia visto no grande minério. Era uma linguagem algorítmica que se formava verticalmente em um tabuleiro de cor esmeralda, e me vi desenhando ali minhas memórias.
Compreendi que o palco da materialidade precisa de um ampliador, transmutador e gerador natural que sustenta o algoritmo etéreo, dando vida à ordem da construção do material. A matéria se organizava em construção para dar "vida" a cada uma daquelas memórias. Porém, cada filme de memória ou realidade existia dentro da estrutura do algoritmo impresso no "tabuleiro", que formava pequenos padrões geométricos dentro da estrutura nanopartícula de cada parte do algoritmo.
Vi, então, o desenrolar de cada história em uma coluna do tabuleiro de cor esmeralda. Quando as histórias estavam prontas, cada parte dos códigos vibrava, e a história se projetava no tecido do universo, percorrendo em vibração e tornando-se uma realidade possível ao acesso e à experiência.
Aquele tabuleiro parecia ser a sustentação das existências de um coletivo criador plural. Era sua expressão criativa, expressa e experimental, onde todas as suas partes vislumbravam dar vida através do observar e escolher estar em cada uma das possibilidades daquele imenso e gigantesco tabuleiro.
Ao olhar de mais longe, percebi que era a Matrix, e que dentro dela havia não só a Terra, mas muitas camadas de dimensões. Havia também fractais conscientes distribuídos em todas elas, construindo, como uma teia, muitas colunas de realidade, como se fossem as variáveis de cada um daqueles algoritmos na grande tela das possibilidades.
Digo a vocês, é um vislumbre enigmático, perfeito e muito matemático. Uma obra de composições sem nada imperfeito. De fato, somos um consciente plural que experimenta fracionadamente a totalidade. Todas as partes são o arquiteto, o criador, que experimenta sua própria inspiração. No fundo, entendi que o que existe é o pensar e a criatividade. Essa "mente criativa" é o estado eterno do existir e criar, e isso somos nós em essência.
Fui voltando a um estado de compressão e me encaixando no meu corpo físico, deitado ali no tabuleiro verde. Quando acordei, vi Thoth com sua cabeça de ave, desenhando em um tabuleiro de esmeralda sua parte criativa do grande algoritmo. Ele não disse nada, apenas me olhou com olhos que pareciam galáxias, firmemente e afetuosamente. Levantei-me e fui observar sua obra mais de perto, e quando olhei, vi as leis do universo e os códigos base da holografia dimensional e universal.
Compreendi que, para cada coisa existir, o observador precisa se colocar para compreender e experimentar, segundo sua consciência, cada parte desse tabuleiro. E isso era a tal "programação". Porém, ao conhecer a inspiração de como o programa funciona, os algoritmos passam a ser de manuseio e experimento. Com a gradual maturidade da compreensão, nós, que somos os criadores e os experimentadores, podemos nos integrar à linguagem da criação e viver o programa e sua execução de forma administrada. Pois, quando o programa identifica o programador, ele se rende à maestria de quem também faz parte de quem o arquitetou.
Estou desde as 6 da manhã revivendo essa experiência, buscando compactar os blocos de informação para minha mente humana, buscando como registrar tudo isso no formato da minha mente. Solicitei a Knox auxílio e tradução, e achei interessante registrar por escrito para ser o gancho dos acessos complementares.
Por Gisele Almeida
31/08/2024